segunda-feira, 29 de março de 2010

Resenha-Ensaio Sobre Conceitos de Globalização

por Leandro Pereira Tosta

email: leandropereiratosta@gmail.com

A palavra “globalização” é atualmente usada com freqüência em meios de comunicação e pelos teóricos do fim da História de forma fatalista e superficial (Fukuyama, 1992; Huntington, 1991). Isso acontece, pois não se divulga com objetividade que, geralmente, é apresentado por suas conseqüências, terminando em sentenças normativas ou afirmações genéricas (Prado, 2001).

Define-se “globalização” desde, aproximadamente, 1980. Originalmente a idéia era sustentada por setores que defendiam a maior participação de países em desenvolvimento (cita-se os NICs Latino Americanos e Asiático) em uma economia administrada internacionalmente. Foi e meados da década de 1990 que a “globalização” passou a ser empregada em dois sentidos: descrevendo a integração da economia mundial e prescrevendo uma estratégia de “desenvolvimento baseado na rápida integração com a economia. O segundo sendo a reflexão do trabalho objetivado na disciplina de Estrutura e Dinâmica Social.

A globalização pode possuir distintos significados por ser um “conceito”: globalização como época histórica, globalização como um fenômeno sociológico de compressão do espaço e tempo, globalização como hegemonia dos valores liberais e globalização como fenômeno sócio-econômico.

Em um contexto geral, define-se como “processo de integração de mercados domésticos, no processo de formação de um mercado mundial integrado” (Prado, 2001). O fenômeno pode ser dividido em três processos profundamente interligados com a definição e compreensão do trabalho proposto. São eles: Globalização comercial, Globalização Financeira e Globalização Produtiva. Tais processos são desenvolvidos por grandes empresas em meados do século passado em diversificados mercados.

Na década de 1950 as empresas norte-americanas foram as que mais rapidamente expandiram-se para o exterior. A partir da década de 1960 as empresas européias começam a replicar a experiência das concorrentes norte americanas. Na década de 1970 as empresas japonesas começaram a participar ativamente da concorrência global, competindo com grandes exportadoras, mas ocupando regiões comerciais de destaque na Ásia e em outras regiões do mundo.

Foram as empresas japonesas que contribuíram para alterar as características da competição global em meados de 1980 com a grande participação comercial mercadológica. Tais exportações eram possíveis, pois os produtos finais não vinham apenas do Japão, mas eram realizadas a partir de várias bases produtivas no Leste-Asiático. A partir dessa ocasião, a identificação da região onde “produto” fora fabricado deixou de ser referência, e deu lugar ao nome da “empresa” que garantia a qualidade.

Os modelos de integração apresentados levaram ao surgimento de um novo padrão de investimento internacional. Este se originou principalmente da necessidade das empresas ocuparem espaços estratégicos nos “grandes mercados”, beneficiando-se das vantagens locacionais para produção e para a distribuição dos produtos.

Referências:

Fukuyama, F., The End of History and The Last Man, Free Press, New York, 1992.

Hungtinton, S.P., The Third Wave: Democratization in the Late Twentieth Century, University of Oklahoma Press, Oklahoma, 1991.

Prado, L.C.D., Globalização: Notas Sobre um Conceito Controverso, Rio de Janeiro, 2001.

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